Para evitar filas nos postos, vacina da gripe é dada até em esquema drive thru
RAIMUNDO PACCÓ/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDOA campanha de vacinação contra a gripe em todo o país começou nesta segunda-feira (23) para idosos e profissionais de saúde. Em meio à pandemia do coronavírus, algumas mudanças preventivas foram adotadas, como a imunização em esquema drive thru, assim a pessoa não precisa nem ter contato com as demais em postos de saúde e recebe a dose ainda dentro do carro.
Em alguns locais do país como Belém do Pará, foram registradas filas em unidades de saúde com dezenas de idosos sem máscaras. Eles também não respeitaram a distância exigida entre os pacientes para evitar a propagação do coronavírus. Em São Paulo, foram feitas demarcações no chão das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para que os idosos mantivessem a distância mínima adequada.
A vacina será oferecida em escolas, farmácias, clubes além de postos de saúde em algumas localidades para que não haja corrida às unidades de saúde e nem aglomerações. Tendas foram montadas na área externa dos postos para que a pessoa não tenha contato com os demais pacientes na unidade.
Etapas
O Ministério da Saúde vai realizar mais duas etapas em outras datas para públicos diferentes, alcançando cerca de 67,6 milhões de pessoas em todo o país. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos até 22 de maio. Para isso, foram adquiridas 75 milhões de doses da vacina enviadas aos estados.
O dia "D" de mobilização nacional para a vacinação acontece em 9 de maio (sábado). Nesta data, os 41 mil postos de saúde ficarão abertos para atender todos os grupos prioritários.
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Neste ano, o Ministério da Saúde mudou o início da campanha, de abril para março, para proteger de forma antecipada os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos.
A antecipação serve também para reduzir a procura por serviços de saúde. Estudos e dados apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos, grupo que corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira etapa da campanha contempla esse público.
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A segunda etapa terá início no dia 16 de abril com objetivo de vacinar doentes crônicos, professores (rede pública e privada) e profissionais das forças de segurança e salvamento. A última fase, que começa em 9 de maio, serão priorizadas crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Para viabilizar a campanha, o Ministério da Saúde investiu R$ 1 bilhão na aquisição da vacina. A vacina, composta por vírus inativado, é trivalente e protege contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).
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Casos de influenza no Brasil
O Ministério da Saúde mantém a vigilância da influenza no Brasil por meio da vigilância sentinela de Síndrome Gripal e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes hospitalizados. São 114 unidades distribuídas em todas as regiões do país e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos.
Em 2020, até 14 de março, foram registrados 165 casos e 13 óbitos por Influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2 óbitos por Influenza A (H3N2). O estado de São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 42 casos e 2 óbitos. Em seguida, estão a Bahia (40 casos e 3 óbitos) e o Paraná (20 casos e 5 óbitos). No ano passado, o país registrou 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza.