O empresário Walter Faria, do grupo Petrópolis
Valéria Gonçalvez/AE - 8.10.2007A força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na operação Lava Jato, no Paraná, denunciou o empresário Walter Faria, dono da Grupo Petrópolis, uma das maiores fabricantes de cerveja do país, por 642 atos de lavagem de dinheiro, segundo informou a Promotoria nesta sexta-feira (13).
A Justiça concedeu liberdade ao empresário nesta semana, por meio da habeas corpus, mediante fiança de R$ 40 milhões.
A lavagem de dinheiro teria ocorrido em conjunto com outras 22 pessoas vinculadas ao grupo Petrópolis, ao Antígua Overseas Bank e ao departamento de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht. Em valores correntes, o esquema movimentou R$ 1,1 bilhão que foram lavados em favor da Odebrecht, entre 2006 e 2014, segundo o MPF.
A denúncia é fruto da 62ª fase da operação Lava Jato, deflagrada em 31 de julho, que apurou o envolvimento de executivos do grupo Petrópolis na lavagem de dinheiro desviado de contratos públicos, especialmente da Petrobras, pela Odebrecht.
Conforme apontam as provas colhidas na investigação, segundo o MPF, Faria atuou em larga escala na lavagem de ativos e desempenhou substancial papel como grande operador do pagamento de propinas principalmente relacionadas a desvios de recursos públicos da Petrobras. As evidências apontam que, além de ter atuado no pagamento de subornos decorrentes do contrato da sonda Petrobras 10.000, Faria capitaneou a lavagem de centenas de milhões de reais em conjunto com o grupo Odebrecht.
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O R7 procurou o grupo Petrópolis nesta sexta-feira (13), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O grupo já havia divulgado que “seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”.