Dudu acompanha treino do Palmeiras em casa, pelo computador
Reprodução InstagramA paralisação do futebol desde a metade do mês de março, devido à pandemia do coronavírus, trouxe uma nova realidade para o esporte: duas pré-temporadas em menos de cinco meses. Os clubes estudam o melhor jeito de trazer de volta a condição física e de jogo para os atletas, mesmo sem ter uma definição de que quando a bola voltará a rolar no Brasil.
Para o fisiologista do HCor, Diego Leite de Barros, esse período antes de começarem os jogos é importante para proteger os atletas. “A pré-temporada tem o objetivo principal de prevenir uma sobrecarga física e muscular. Foi feito isso de janeiro até meados de fevereiro, só que logo depois já aconteceu tudo o que estamos vendo. Para se retomar o futebol em nível competitivo, vai ser preciso refazer o trabalho”, afirma o profissional.
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O técnico Vanderlei Luxemburgo também vê esse momento como um recomeço. “É uma pré-temporada mesmo porque tivemos um longo período parado. Mas com uma diferença importante, nas férias normais eles jogam muitas peladas, aquelas de fim de ano, e não chegam zerados para o trabalho. Agora o período foi mais longo e não teve nenhuma atividade com bola”, lamenta o treinador.
O time paulista já está de volta das férias, mas cada jogador treina na própria casa, com um método de trabalho criado pela comissão técnica. “Nossa ideia agora é preparar os jogadores para que cheguem melhor, mais bem treinados, para quando forem liberados os treinos no centro de treinamento”, conta Luxemburgo.
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A diretoria do Palmeiras definiu que só voltará às atividades em campo, quando as autoridades de saúde de São Paulo aprovarem.
Jogadores do Internacional já fazem trabalho com bola
Ricardo Duarte/Internacional - 6.5.2020No caso do Internacional, os treinos já acontecem presencialmente desde a última terça-feira. Divididos em grupos de seis jogadores, eles recomeçaram a preparação. “Começamos o trabalho de pré-temporada, levando em conta que há quase quarenta dias eles não entravam em campo. Estamos fazendo um trabalho de força, a parte aeróbica e alguma coisa com bola”, explica Otavio Manera, preparador físico do clube gaúcho.
Diferenças entre trabalho em casa e presencial
Para Manera a volta das atividades em grupo ajuda que a forma física seja retomada mais rápido. “Aqui é muito diferente do trabalho em casa. Porque alguns têm só uma bicicleta ou uma esteira. Aqui dá trabalhar com bola, controlar as dores e o volume de trabalho de cada um. Por mais que não saibamos quando voltaremos, o jogador precisa mentalmente estar em um campo de jogo”, diz o preparador do Inter.
Diego Leite, que também atua na DLB assessoria esportiva, algumas atividades são possíveis de replicar mesmo que seja em casa. “A parte de preparação física, o atleta consegue replicar com uma estrutura. Com relação as questões técnicas e táticas perde muito. “
Tempo para voltar à forma
A volta da condição ideal de jogo varia de acordo com o perfil do atleta e como ele passou o período parado. Mas existe o momento atual é diferente da pré-temporada tradicional, já que os jogadores não passaram pelo momento de exaustão de uma temporada completa.
“Esse momento é diferente, porque o jogador não veio de um período longo de atividade. A tendência é que a readaptação seja mais rápida. Mas a volta é individual. No geral, o time trabalha com quatro a seis semanas, em condições ideais. Acredito que agora, os times conseguirão em metade deste tempo. Mas, claro, que pode variar de acordo com o trabalho de cada clube”, explica o fisiologista Diego Leite.
Agora, é esperar para ver como os elencos do Brasil vão reagir a realidade da temporada 2020.
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