Agência AFP processa a rede social X por recusa a negociar pagamento por notícias

Plataforma de Elon Musk não forneceu dados de uso de conteúdo, o que entra em conflito com lei francesa aprovada em 2019

Noinsta|Do R7, com Reuters

03/08/2023 - 13h51 (Atualizado em 15/02/2024 - 22h28)

A AFP (Agência France-Presse) processou a rede social X, de Elon Musk e anteriormente conhecida como Twitter, e a acusou de não discutir e negociar o pagamento por notícias e conteúdo jornalístico, conforme estabelece a legislação francesa.

O processo movido pela AFP em um tribunal de Paris busca obrigar judicialmente o X a compartilhar dados sobre uso e circulação do conteúdo da agência na rede social, para que os devidos cálculos de direitos autorais sejam feitos.

"A Agence France-Presse expressou sua preocupação com a clara recusa do Twitter (recentemente renomeado como 'X') em entrar em discussões sobre a implementação de direitos conexos para a imprensa", afirmou a agência em um comunicado.

Elon Musk usou a própria rede social para criticar o processo. "Isso é bizarro. Eles querem que paguemos *a eles* pelo tráfego em seu site, onde eles obtêm receita com publicidade e nós não!?", disse o bilionário.

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A lei usada como base para o processo é conhecida como "direitos da vizinhança" e foi aprovada em 2019. Ela obriga grandes plataformas online a pagar para veicular conteúdo noticioso.

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Quase imediatamente, as big techs demonstraram forte oposição à legislação e iniciaram uma longa queda de braço com grupos noticiosos e autoridades legais. A disputa durou cerca de dois anos e terminou em uma acordo entre a Meta e uma aliança de imprensa do país.

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Em julho de 2021, durante a contenda, o Google chegou a ser multado em 500 milhões de euros (R$ 6,25 bilhões, no câmbio da época) por se recusar a negociar com editoras do país.

LEIA ABAIXO: De Twitter a X, as dolorosas e polêmicas mudanças feitas por Elon Musk na rede social

Desde que comprou o Twitter, o magnata Elon Musk fez grandes mudanças tanto no aplicativo quanto na empresa, desde cobrar por algumas funções até eliminar seu logotipo tradicional, um pássaro azul. Seguem abaixo as etapas que levaram Musk a colocar seu selo na plataforma global, convertida, agora, em X

ENTRADA DE MUSK
Diretor-executivo da Tesla e SpaceX, Musk comprou o
Twitter no ano passado, por US$ 44 bilhões, após meses de negociações agitadas.
Em poucas semanas, metade dos 7.500 funcionários do Twitter foram demitidos, o
que causou comoção no Vale do Silício.
Os cortes continuaram, segundo as informações
disponíveis, até a eliminação de 80% dos cargos técnicos da empresa. Musk vende o mobiliário e
outros objetos do escritório em San Francisco, Califórnia, enquanto relatos
apontam que a empresa não paga a dívida com aluguel e outros gastos

NOVO TWITTER BLUE
Em novembro, o Twitter lança uma assinatura paga, chamada Twitter Blue. Mas o relançamento é temporariamente interrompido devido a um episódio de contas falsas que assusta os anunciantes da plataforma. O Twitter Blue volta a ganhar asas no mês seguinte, com a oferta de recursos especiais, como permitir publicações mais longas ou, inclusive, editá-las

Linda Yaccarino assumirá o cargo dentro de seis semanas, segundo Musk

CÓDIGO DA UNIÃO EUROPEIA
Thierry Breton, comissário da União Europeia, tuitou em 27 de maio que o Twitter havia decidido abandonar o código de desinformação do bloco, um pacto voluntário, que reúne as principais redes sociais. O código foi redigido pelos próprios nomes da indústria da tecnologia e inclui dezenas de compromissos, como uma melhora na cooperação com os verificadores de conteúdo e a não promoção dos players que distribuem desinformação

O FATOR X
Em 24 de julho, Musk elimina o logotipo tradicional do Twitter, substituindo-o por um "X", dentro de um novo posicionamento de marca. O site passa a exibir o novo logotipo, um X branco sobre um fundo preto. No começo do ano, Musk já havia mudado o nome corporativo da empresa para X.

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